terça-feira, 26 de novembro de 2013

28. Velhos conhecidos



Como a Polícia os encontrou, nem o Maestro nem o Passarinho podiam imaginar. A resposta, porém, era simples. O dinheiro que estava no saco era dinheiro da Polícia, e os policias que tinham preparado o saco tinham posto um emissor dentro do saco. Assim, quando os raptores escaparam, os policias puderam segui-los, seguindo o sinal do emissor.
Quando conseguiram encontrar o esconderijo, o comissário Santos viu o carro estacionado do senhor X e deu ordens para os policias se esconderem e esperarem um bocadinho antes de intervir. Tinha razão, porque uns minutos mais tarde, o senhor X saíu, foi para o seu carro e voltou para o esconderijo com uma mala. O comissário Santos pensou que podia haver dinheiro na mala. Então, os raptores iam vender o menino. Era hora de intervir, mas, para ter os resultados melhores teve de esperar um bocadinho mais. Queria que ficasse bem claro que se tratava de uma transacção ilegal. Queria prender o homem desconhecido com as mãos na mercadoria e os raptores com as mãos no dinheiro. E foi exactamente assim como foram presos todos.
Quando os criminais foram presos, o comissário Santos saíu do seu carro e com ele saíu a Florida, que correu para o carro onde estava o Joãozinho. Mãe e filho abraçaram-se e estavam muito felizes.
Os policias passaram frente da Florida e do Joãozinho, levando consigo os três presos. O Passarinho olhou o Joãozinho nos olhos, como se lhe pedisse perdão. O Maestro olhou-o também, mas não havia nenhum sentimento no seu olhar. Depois deles, vinha um policia com o saco do dinheiro e com a mala também.
A Florida estava a olhar também os criminais que lhe tinham privado o seu filho durante tantos dias. Estava tão feliz que não podia sentir nada por eles. Quando, porém, apareceu o senhor X, a Florida ficou petrificada, isto é quando uma pessoa fica imóvel.
- João, disse e desmaiou.
O senhor X também ficou estupefacto. Olhou para a Florida, depois para o Joãozinho, outra vez para a Florida, que estava no chão... Estes olhos, pensou, estes olhos cravados na sua mente não eram os olhos do menino, eram os olhos da mãe, que ele, embora pensasse ter esquecido, levava sempre consigo. E o menino, então...
- Florida, disse a voz baixa, como se falasse para si mesmo.
Filho, pensou.
Mas não teve mais tempo, porque o levaram para um carro da Polícia.
Entretanto, a Florida recobrou consciência e era como se tivesse acordado de um sonho. Tinha visto o João ou não o tinha visto?
- Mãe, estás bem? perguntou o Joãozinho.
- Sim, querido. Agora que estou contigo, estou muito bem. Vamos?

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