domingo, 24 de novembro de 2013

27. Uma caça terminada



O senhor X abriu a mala. Era cheia de dinheiro. O Joãozinho nunca tinha visto tanto dinheiro junto. Não pôde dizer nada, porém, porque estava amordaçado outra vez.
- É a soma que concordámos? perguntou o Maestro.
- Se não confiam em mim, podem contar, disse o senhor X. A única coisa que posso dizer é que eu mesmo contei o dinheiro.
O Maestro aproximou-se da mala. Tocou algumas notas e levantou-as para ver se havia dinheiro por baixo. Podia haver papel em vez de dinheiro, mas não havia. Tudo parecia bem.
- Não vou contar agora, disse. Mas se houver algum erro, não vamos colaborar outra vez, fique a saber.
- É lógico, disse o senhor X. Posso levar o menino, agora? Já é tarde e o Talho está a esperar. E o cliente também.
- Sim, claro que o pode levar, disse o Maestro.
O Passarinho estava no outro quarto para não ver.
O senhor X estendeu a mão e agarrou o Joãozinho.
- Mmmmmm, disse o Joãozinho e procurou evitar a mão do senhor X. Aonde o levavam? Porque não o deixavam?
- Vem, menino, disse ele. Vamos a um lugar bonito, vais ver.
- Mmmmm, disse o Joãozinho outra vez.
O senhor X abriu a porta e saíu, agarrando o Joãozinho com força. Olhou para todos os lados. A rua estava deserta. Foi para o seu carro, abriu a porta e empurrou o menino para dentro. Foi então, quando uma década de luzes encenderam-se, todas viradas para o carro do senhor X.
- Alto, ouviu-se uma voz.
Ao mesmo tempo, o Maestro e o Passarinho ouviram golpes na sua porta.
- Abram, ouviu-se uma voz. Polícia.

2 comentários:

  1. Ainda bem que justiça foi feita!
    Pois ladrão (da história anterior) estava mesmo com sorte!
    Pena que nem toda história, principalmente as reais, acabam assim.
    Pois é lastimável mas há trafico real de seres humanos e seus órgãos.
    Parabéns pelo escrito!
    Um grande abraço!

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  2. Desculpa, mas não tinha visto o comentário! Por isto é que não te respondi. Sim, é verdade que há tráfico deste tipo. Quando comecei a escrever a história, queria escrever uma história engraçada sobre a palavra joão-pestana, que os portugueses usam para descrever a vontade de dormir. Durante o processo, vieram mais ideias. Mas a ideia do mercado de órgãos veio-me bastante cedo, porque queria escrever um conto moderno que tivesse a ver com situações prováveis da vida real.
    Fico muito contente que gostaste da história.
    Um abraço para ti também

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