O senhor X abriu a mala. Era cheia de
dinheiro. O Joãozinho nunca tinha visto tanto dinheiro junto. Não pôde dizer
nada, porém, porque estava amordaçado outra vez.
- É a soma que concordámos? perguntou o
Maestro.
- Se não confiam em mim, podem contar,
disse o senhor X. A única coisa que posso dizer é que eu mesmo contei o
dinheiro.
O Maestro aproximou-se da mala. Tocou
algumas notas e levantou-as para ver se havia dinheiro por baixo. Podia haver papel
em vez de dinheiro, mas não havia. Tudo parecia bem.
- Não vou contar agora, disse. Mas se
houver algum erro, não vamos colaborar outra vez, fique a saber.
- É lógico, disse o senhor X. Posso levar
o menino, agora? Já é tarde e o Talho está a esperar. E o cliente também.
- Sim, claro que o pode levar, disse o
Maestro.
O Passarinho estava no outro quarto para
não ver.
O senhor X estendeu a mão e agarrou o
Joãozinho.
- Mmmmmm, disse o Joãozinho e procurou
evitar a mão do senhor X. Aonde o levavam? Porque não o deixavam?
- Vem, menino, disse ele. Vamos a um lugar
bonito, vais ver.
- Mmmmm, disse o Joãozinho outra vez.
O senhor X abriu a porta e saíu, agarrando
o Joãozinho com força. Olhou para todos os lados. A rua estava deserta. Foi
para o seu carro, abriu a porta e empurrou o menino para dentro. Foi então,
quando uma década de luzes encenderam-se, todas viradas para o carro do senhor
X.
- Alto, ouviu-se uma voz.
Ao mesmo tempo, o Maestro e o Passarinho
ouviram golpes na sua porta.
- Abram, ouviu-se uma voz. Polícia.
Ainda bem que justiça foi feita!
ResponderEliminarPois ladrão (da história anterior) estava mesmo com sorte!
Pena que nem toda história, principalmente as reais, acabam assim.
Pois é lastimável mas há trafico real de seres humanos e seus órgãos.
Parabéns pelo escrito!
Um grande abraço!
Desculpa, mas não tinha visto o comentário! Por isto é que não te respondi. Sim, é verdade que há tráfico deste tipo. Quando comecei a escrever a história, queria escrever uma história engraçada sobre a palavra joão-pestana, que os portugueses usam para descrever a vontade de dormir. Durante o processo, vieram mais ideias. Mas a ideia do mercado de órgãos veio-me bastante cedo, porque queria escrever um conto moderno que tivesse a ver com situações prováveis da vida real.
ResponderEliminarFico muito contente que gostaste da história.
Um abraço para ti também